Risco de crédito: como gerenciar corretamente e proteger seu negócio

Thamara Araujo

12 março 2024 - 10:55 | Atualizado em 25 março 2024 - 14:03

Oferecer crédito ao consumidor, aprovar planos de parcelamento, liberar cartões de crédito, empréstimos e financiamentos, são formas de oferecer produtos e serviços, atrair novos clientes e fidelizar os mais antigos. Entretanto, existe a probabilidade de o cliente não efetuar o pagamento combinado. Essa possibilidade é conhecida como risco de crédito

E quando esse risco não é gerenciado adequadamente, um negócio pode apresentar problemas. O gerenciamento dos riscos pode estabelecer padrões capazes de identificar as chances de um cliente honrar ou não com os seus compromissos. 

Evitando que seu negócio tenha prejuízos, como perda de receita, falta de liquidez e consequentemente, até mesmo a falência.

Nesse artigo, você vai entender como o risco de crédito pode influenciar diretamente na saúde do seu negócio. 

Além de aprender boas práticas de gerenciamento dos riscos para reduzir prejuízos.

Tenha uma ótima leitura!

O que é risco de crédito

O risco de crédito é a probabilidade de um cliente (pessoa física ou jurídica), não cumprir com as suas obrigações financeiras. Como por exemplo, quitar as prestações de um produto ou serviço adquirido a crédito, ou em casos de empréstimos bancários. 

Isso significa que o risco de crédito acontece sempre que existir uma relação de crédito. Ou seja, quando houver uma negociação entre um credor e um devedor. 

Na prática, ele está relacionado à possibilidade do cliente não honrar com os compromissos assumidos com o credor. 

Veja algumas situações que envolvem o risco de crédito:

  • Empréstimos: quando o cliente solicita uma concessão de crédito para a instituição financeira não tem nenhuma garantia de que será paga novamente.
  • Cartões de crédito: as administradoras de cartões de crédito podem liberar um limite. Entretanto, alguns clientes podem ficar inadimplentes, não quitando a fatura.
  • Parcelamentos no comércio: são os crediários de lojas e comércio em geral, que parcelam seus produtos e serviços.
  • Contratos de aluguel: nesse caso, a imobiliária firma um contrato de aluguel, acreditando na capacidade do locatário de cumprir com suas obrigações, pagando os valores combinados todos os meses.

Como o risco de crédito pode prejudicar seu negócio

Sempre que uma instituição oferece um produto ou serviço a crédito, ela está criando uma linha de confiança com seus clientes. No entanto, essa confiança inicial pode se transformar em obstáculo quando os clientes não honram seus compromissos de pagamentos, tornando-se inadimplentes. 

Essa inadimplência pode levar a perdas financeiras, impactando diretamente na lucratividade do negócio. Com a saúde financeira afetada, ele terá problemas de liquidez e como uma bola de neve, a própria instituição terá dificuldades de honrar seus compromissos com os colaboradores, fornecedores e clientes. 

Com a organização passando a ter dificuldade de honrar compromissos imediatos, a situação pode se agravar com o tempo, resultando em uma má reputação no mercado financeiro e com os clientes e colaboradores. 

A deterioração da imagem institucional vai criar barreiras para obter crédito com melhores taxas, por exemplo. Além de abalar a credibilidade e estabilidade da empresa.

Como funciona a análise, na prática

Na prática, a análise de risco de crédito envolve várias etapas e avaliações que tornam a tomada de decisão mais precisa. Veja como funciona o processo. 

  1. Coleta de Informações: a reunião das informações detalhadas sobre o solicitante do crédito é o primeiro passo. Isso inclui dados pessoais, histórico de crédito, fontes de renda, histórico de emprego, ativos e passivos financeiros.
  2. Análise de caráter: o histórico de crédito do solicitante também é analisado. São observados os pagamentos anteriores, empréstimos pendentes, contas em atraso, falências passadas e outras informações relacionadas à confiabilidade financeira.
  3. Análise de capacidade: é avaliada a capacidade do solicitante de pagar o empréstimo com base na sua renda atual, histórico de emprego, relação dívida/renda e outras obrigações financeiras.
  4. Análise de capital: durante o processo de análise pode se considerar o patrimônio líquido (ativos e passivos) do solicitante. Quanto mais sólida for a posição financeira, mais favorável será a análise.
  5. Avaliação de colateral: quando o crédito vai envolver garantias, são avaliados a qualidade e o valor dos bens que servirão como garantia. Isso é fundamental para determinar a segurança do empréstimo.
  6. Análise das condições : os fatores econômicos das transações devem ser considerados. Por exemplo, a taxa de juros atual, os motivos do empréstimo, a situação econômica do setor e outras condições que afetem a capacidade de pagamento do solicitante.
  7. Atribuição de pontuação (score): o score de crédito é uma ferramenta que demonstra a pontuação dos solicitantes, com base em sua situação financeira. Essa pontuação ajuda na tomada de decisão para reprovar ou aprovar o crédito e em quais termos.
  8. Tomada de decisão: tendo como base na análise de risco, a instituição financeira ou um lojista pode decidir se concede o crédito, qual será o valor, a taxa de juros e os termos associados.

Separando os grupos de risco

Após a análise inicial os clientes são classificados em dois grupos de risco: 

  • Risco de primeira classe: quando o crédito tem grandes chances de não ser quitado. Nesses casos, a instituição pode optar por não liberar o valor solicitado ou então fazer a aprovar o crédito com condições menos atrativas (prazos para pagamento mais curtos, taxas de juros mais altas ou exigência de garantias).
  • Risco de segunda classe: quando a empresa entende que o risco é menor e os valores são liberados. Geralmente as condições de pagamento costumam ser mais atrativas.

Como gerenciar o risco de crédito do seu negócio

Uma boa gestão de risco passa pela análise de crédito, agregada a outras boas práticas. A ideia é basicamente estabelecer estratégias de segurança, visando a redução e a proteção do risco de crédito. Portanto, é importante que sua organização estabeleça alguns critérios. Veja a seguir:

  • Crie uma cultura de crédito consciente: não adianta oferecer mais do que você pode. Estabeleça uma linha de crédito que esteja alinhada com os limites do que sua empresa pode oferecer, sempre em acordo com as características do mercado. 
  • Capacite seus colaboradores: suas equipes devem saber identificar os riscos automaticamente. Além das análises se tornarem mais rápidas, elas serão mais precisas. 
  • Administre os processos e o fluxo de informações: a análise de crédito automatizada integra dados de diversas fontes de informação. Isso torna as análises mais rápidas e a tomada de decisão fica mais precisa.

A inadimplência existe e pode prejudicar a reputação do negócio, afastando potenciais investidores, parceiros e clientes. A credibilidade da sua marca é fundamental no ambiente corporativo.

Portanto, é importante que as empresas avaliem com cuidado o risco de crédito antes de oferecerem crédito a clientes. Criando estratégias de análise robustas e políticas claras de concessão de crédito.

Se você quer saber como automatizar suas análises de crédito e assim melhorar sua tomada de decisão, conheça o Data Engine Cedro.

Recomendados para você

Processo de concessão de crédito: Como funciona? ...
credito-direto-ao-consumidor
CDC: vantagens e riscos ao ofertar crédito direto ao consumidor ...
Mulher com celular e cartão na mão utilizando computador
7 motivos para seu e-commerce realizar a análise de crédito ...