Novos CIOs estão sempre motivados pela perspectiva de deixar sua marca numa organização de TI. Cada qual traz uma visão única sobre como reformular as operações técnicas de modo a ter um impacto mais amplo nos negócios. Mas as transições de liderança para novos CIOs podem ser cheias de desafios.
As transições de CIOs podem ser divididas em quatro cenários clássicos: recrutamento interno, insider híbrido, recrutamento externo e fusões e aquisições ou desinvestimento. Cada qual apresenta oportunidades, desafios e contextos de negócio particulares que ditam como a transição deveria ser conduzida.
1 – Recrutamento interno
O cenário de transição mais comum é o do CIO promovido internamente, desde o setor de TI. Recrutar internamente pode prover continuidade e minimizar disrupção. Esses CIOs normalmente têm um histórico de sucesso e credibilidade na corporação, isto é, relacionamentos sólidos com diversos stakeholders e parceiros.
CIOs promovidos internamente tendem a não querer ser vistos como disruptivos. Alguns são CIOs de primeira viagem e podem achar complicado delegar tarefas e gerir relatórios de quem era seu colega. Muitos dizem ter subestimado a importância dos relacionamentos para com os resultados.
A menos que novos profissionais assumam suas antigas funções rapidamente, esses novos CIOs podem ter de exercer ambas as funções por meses, comprometendo o desempenho e o foco.
2 – Insider híbrido
Às vezes, empresas recrutam internamente CIOs com pouca ou nenhuma experiência em TI. Esse insider híbrido é normalmente recrutado quando há a necessidade de alinhamento do negócio em si ou aumento da confiança dos stakeholders. Como tais CIOs normalmente não têm um bom background em TI, os insiders híbridos focam em alinhar os setores, resolvendo problemas de relacionamento enquanto confiam em tecnólogos e gerentes operacionais para manter as coisas funcionando.
Os insiders híbridos podem trazer credibilidade instantânea aos relacionamentos. De quebra, podem agir rápido na identificação de oportunidades em TI visando a melhoria dos resultados da empresas. Normalmente, esse perfil de CIO não é limitado pela cultura existente de TI, podem realizar mudanças culturais significativas, bem como reconfiguração do quadro de profissionais.
Ao assumir esse papel, o insider híbrido precisa aprender sobre tecnologias relevantes e deve trabalhar duro para conquistar o respeito da equipe de TI. Um erro comum pode ser prometer demais, focando em vitórias de curto prazo, à custa dos resultados organizacionais de longo prazo. Muitos insiders híbridos relatam terem ficado surpresos com a complexidade do ambiente de TI.
3 – Recrutamento externo
CIOs são normalmente trazidos de fora da empresa quando uma mudança significativa é necessária dentro da TI. CIOs externos normalmente impressionam com um histórico de sucesso numa área particular. Por exemplo, CIOs de serviços financeiros ou varejo podem ser atraentes para indústrias buscando expertise na construção de plataformas digitais.
CIOs externos têm facilidade para fazer mudanças de talentos, sendo capazes de fazê-lo em um ritmo mais rápido que muitos CIO promovidos internamente. Como normalmente herdam equipes de TI com muitos problemas, qualquer conquista é celebrada.
Mas CIOs externos têm um prazo estreito para corrigir ou pôr fim a iniciativas ruins. Ao mesmo tempo, devem obter conhecimento da indústria, em geral, e da empresa, em particular, bem como estabelecer relações com stakeholders.
4 – Fusões e Aquisições ou desinvestimentos
Em geral, fusões, aquisições e/ou desinvestimentos podem obrigar o CIO a entregar resultados rápidos, a saber, revisão de metas financeiras e talentos, além da decisão de integrar ou separar aplicações e plataformas múltiplas críticas ao negócio. Com frequência, o CIO trabalha com uma equipe totalmente mista e, por consequência, desentrosada.
Quando grandes mudanças precisam ocorrer num curto espaço de tempo, comunicação efetiva e constante com stakeholders e equipe de TI é essencial. CIOs precisam manter elevada a moral de suas equipes, afinal, muitos dias de trabalho e migrações frustradas é a norma. Normalmente CIOs de transição em fusões e aquisições e/ou desinvestimentos não têm um plano estratégico desenvolvido; prazos e roteiros são normalmente desenvolvidos pela empresa, tipicamente com pouca colaboração da TI.
Artigo traduzido a partir do texto original: The pros and cons of 4 CIO transition scenarios.