Nem mesmo o ritmo acelerado da transformação digital tem sido capaz de fortalecer a Indústria 4.0 no Brasil. De acordo com estudo da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), realizado com 84 indústrias manufatureiras, a Quarta Revolução Industrial parece estar longe de acontecer por aqui.
O estudo indica que somente 29% das participantes da pesquisa conhecem o conceito de internet industrial da coisas. E mais da metade (65% delas) não possui nenhum programa que contemple esse tipo de tecnologia em andamento.
Como consequência do desconhecimento, a pesquisa identificou ainda um desinteresse pela tecnologia. Segundo o levantamento, 45% das indústrias não têm intenção de implementar algum projeto de IIoT. Isso quer dizer que existe um longo caminho a ser percorrido até o Brasil viver a Quarta Revolução Industrial.
Enquanto isso não acontece, vale compreender de que modo a internet industrial promete transformar a realidade das empresas. Conheça, a seguir, o conceito, o potencial e os desafios da implantação. Boa leitura!
O que é a Internet Industrial das Coisas?
Tal como a Internet das Coisas (IoT), que traz inúmeras possibilidades para o Mercado Financeiro, a Internet das Coisas Industriais também se estrutura a partir dos dispositivos e da infraestrutura que se comunicam com a Internet. Contudo, na IIoT a conectividade se dá com o uso de sensores inteligentes nos processos automatizados de produção e logística.
Com a nova tecnologia é possível capturar e analisar os dados de equipamentos industriais em tempo real, a fim de monitorar o funcionamento, fazer reparos preventivos e obter insights úteis.
É apenas uma moda ou algo que veio para ficar?
Assim como a transformação digital vem mudando radicalmente o mercado financeiro, a IIoT traz muitas possibilidades de melhorias e de novos negócios para as indústrias. Por isso, não se trata de uma moda. Pelo contrário, é uma tendência que deve levar a indústria a se reinventar. Constrói-se, aos poucos, com a ajuda da tecnologia, uma nova forma de produção.
De acordo com estudo da Accenture, estima-se que a internet industrial das coisas pode adicionar 14,2 trilhões de dólares na economia global até 2030. De fato, esse é o futuro da indústria.
Quais os setores mais impactados?
Dentre tantos, manufatura, produção de energia e transporte se destacam entre os vanguardistas da nova tecnologia. É possível vê-la aplicada em vários processos, tais como:
- Monitoramento remoto e controle de equipamentos pesados;
- Cadeias de suprimentos e logística gerenciadas por sensores;
- Diagnóstico habilitado por Big Data.
O que ela é capaz de transformar em uma empresa?
Para a indústria, se bem aplicada, a nova tecnologia pode impulsionar o crescimento e a expansão. Isso porque o conceito traz muitas vantagens para a organização. Com o uso dos seus recursos, é possível:
- Ter mais automação, previsibilidade e precisão;
- Diminuir o número de paralisações inesperadas;
- Reduzir a necessidade de intervenção humana;
- Aumentar a eficiência operacional.
Tudo isso garante resultados superiores, com mais velocidade e menos desperdício de recursos, de modo que a indústria ganha condições de estabelecer uma estratégia consistente de atuação.
Uma empresa fornecedora de equipamentos pesados, por exemplo, pode buscar os recursos da IIoT para otimizar os resultados. Com o uso de sensores nas máquinas para prever e evitar interrupções do sistema, é possível diminuir em até 60% o número de paradas dos equipamentos.
Quais os desafios da implantação?
A ABII buscou essa resposta em uma pesquisa sobre adoção da IIoT no Brasil. Realizado em 2017, o estudo apontou os desafios mais citados para a implementação de projetos com essa tecnologia.
Liderando, no topo do ranking, a dificuldade de comprovar o ROI (Retorno sobre o Investimento), e a cultura conservadora das empresas foram as mais citadas, respectivamente, com 21% e 20%.
Em contrapartida, outros aspectos, comumente apontados como obstáculos para o desenvolvimento da internet industrial, apareceram em segundo plano. Dificuldades de infraestrutura no Brasil, poucos casos de sucesso e distanciamento da TI foram mencionados por 12% dos respondentes.
Por último, sem muito destaque, foram citados também como desafios:
- Falta de fornecedor com solução completa,
- Fragilidade da segurança digital;
- Tema técnico demais;
- Falta de mão de obra especializada.
Qual o papel da ABII no apoio à disseminação do conceito?
Com o intuito de fomentar e estimular a transformação digital e inserir o país no contexto da Quarta Revolução Industrial, a ABII atua como disseminadora da inovação.
Isso porque ela promove o encontro de várias empresas interessadas em criar soluções integradas e inovadoras para demandas da sociedade, como o trânsito, a redução de desperdícios, a automação das fábricas e tantas outras.
A principal meta é construir a Indústria 4.0 aqui no país, reunindo e incorporando no processo de produção máquinas inteligentes, análise computacional avançada, conectividade e sistemas cibernéticos. É assim que a ABII espera contribuir para transformar inúmeros setores e indústrias, como a manufatura, transporte, energia e saúde.
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