Este artigo é baseado no “Investimento em dia EP 5 – Crescimento/Fenômeno Pessoa Física na Bolsa de Valores”, episódio do Cedro Cast.
Na década de 90, os investidores pessoas física cadastrados na Bolsa representavam apenas 9,7% de participação. Porém, na mesma década o que se viu foi um aumento no número de investidores e também crescimento do investimento em tecnologia.
Nesse artigo, Lucy Pamboukdjian – que atuou na B3 por 20 anos e também na Bolsa de Valores de Santiago – conta um pouco do histórico de crescimento da Bolsa, de inovações tecnológicas e transformações, que permitiram que o Brasil se tornasse uma das maiores Bolsas no mundo.
Entenda mais sobre o assunto na leitura abaixo.
Contexto histórico no Brasil
O principal marco na Bolsa brasileira foi entre 1997 e 1998 onde vários investidores estrangeiros começaram a participar de leilões de privatizações no Brasil. Esses investidores, principalmente de Portugal e França, ganharam esses leilões e começaram a recomprar e vender ações, sem direito de voto, a preço muito inferior ao que valiam e ao que eles pagaram.
Dessa forma, esse movimento causou uma perda de credibilidade no mercado, com evasão de pessoas físicas.
Outro marco foi o crescimento de investimentos em inovações tecnológicas, no sentido de gradualmente eliminar o pregão viva-voz, feito por telefone pelas corretoras e instituir operações pela internet.
Já em 1999, com a crise no país, houve uma saída de investidores estrangeiros, que é um movimento natural. Nesse momento a Bolsa olhou para o mercado e viu que o investidor nacional quase não participava ativamente na Bolsa e que esse cenário poderia mudar.
Início do movimento de atração de pessoa física
Em 2000, a Bolsa passou por várias mudanças institucionais, com processo de melhorias na qualidade dos ativos brasileiros, instituindo o “Novo Mercado” e tirando a imagem negativa que os investidores estrangeiros deixaram.
Da mesma forma, uma mudança no Conselho da Bolsa, com a entrada da Raymundo Magliano Filho como Presidente, fez com que esse cenário mudasse. Ele conseguiu uma forma de transformar a Bolsa mais transparente e aberta para os investidores e com melhor acesso.
Aliado a isso, focou na educação financeira para os brasileiros, que começaram a ser proporcionados por diversos canais, como palestras, seminários, etc. O intuito era trazer as pessoas físicas para o mercado de ações, explicando melhor como funcionava, sobre o risco de investimentos, poupança de longo prazo, etc.
Assim, o que se viu foi um boom de crescimento de investidores de pessoas físicas a partir desse momento, em 2008 contava com 85 mil, já hoje em 2020, temos quase 2,5 milhões.
Inovações Tecnológicas como aliadas ao crescimento
Em maio de 2004, com o IPO da Natura, teve-se um divisor de águas no mercado. Em dois e três meses, passaram a ter uma movimentação diária tão grande, que a Bolsa não estava preparada. Nos próximos anos foi necessário muito investimento em tecnologia para servidor, market data, licenciamentos, APIs, etc.
Em 2007, com a junção da Ibovespa com a BMF, começa um processo de grande inovação tecnologia, no sentido de gerenciamento de ordem, canais de conexão que permitissem a trocas de informações e execução eletrônica de negócios, e finalmente, começou a ter o Home Broker ativo e institui o sistema operacional, o PUMA
Todo o ecossistema do mercado teve que se mover ao mesmo tempo. Todas as corretoras tiveram que investir em tecnologia para acompanhar o movimento de inovação.
Todo esse crescimento e inovação contribuíram para o cenário positivo que temos hoje.
Brasil no contexto Internacional
Analisando o mercado de capitais brasileiro em comparação com outros países, existem dois pilares principais, o de oportunidades e de infraestrutura.
O Brasil está crescendo, tem novas oportunidades, novas opções de investimentos como Fundo Imobiliários e Investimentos Estrangeiros. O Brasil é o maior mercado da América Latina, em volume e quantidade de ativos. É tangível que no Brasil você consegue investir em muitas opções diferentes e isso gera novas oportunidades para o investidor e para as empresas.
Uma segunda visão, e que muitas vezes o investidor não vê, é a infraestrutura do mercado de capitais brasileiro. Nesse quesito o Brasil também se destaca por vários motivos, como Gerenciamento de Fraudes, Lavagem de Dinheiro, segurança para o beneficiário final e muito mais.
Em sumo, tudo isso contribui para o crescimento do Brasil perante outros mercados do mundo. O Brasil está em grande expansão no mercado de capitais.
Em suma, mesmo que a porcentagem de participação do Brasil seja pequena, quando comparamos, por exemplo, com os EUA, que não existe previdência, a estimativa de crescimento é alta e isso significa muitas oportunidades.
Se quiser ouvir esse episódio completo, basta clicar abaixo: