A cada ano novas palavras são inseridas no vocabulário e, mais do que isso, no cotidiano das pessoas. Talvez você já tenha ouvido em algum lugar a palavra “fintech”, que é a junção de financial technology (tecnologia financeira), e usada em referência às startups e empresas que trabalham com algum tipo de produto financeiro, como o Nubank, por exemplo.
Até aqui tudo bem, você provavelmente já teve algum tipo de experiência com a palavra ou o sentido que ela representa. Mas alguma vez você ouviu falar em fintechzação? É exatamente sobre isso que você vai ver agora.
Durante esse artigo, vamos explicar o significado desse novo termo e como essa prática pode envolver grandes empresas como Magazine Luiza e Mercado Livre ou pequenos negócios dispostos a aderir à ideia.
Você também vai saber qual pode ser o impacto no futuro do setor com o surgimento da atual tendência.
Tenha uma ótima leitura!
Comece por aqui: o que são as fintechs
As fintechs são empresas que têm como objetivo tornar mais simples o gerenciamento financeiro de entidades, gestores de negócios e consumidores em geral. Elas criam, por meio de softwares, soluções financeiras que tornam os processos menos burocráticos, mais transparentes e acessíveis para seus clientes.
Atualmente, diversas fintechs estão presentes no mercado, oferecendo contas digitais, serviços como cartões de crédito ou débito e até investimentos, que podem ser realizados por meio de smartphones.
Após anos de atuação exclusiva dos grandes bancos, as fintechs surgem como opções mais práticas e baratas, até mesmo dispensando a necessidade de agências físicas.
De acordo com o estudo Pulse of Fintech, da KPMG, em 2021 o volume de investimentos em fintechs localizadas nas Américas foi de U$ 105 bilhões.
O que é a fintechzação
O interesse das pessoas por serviços financeiros oferecidos pelas fintechs cresceu nos últimos anos. Por isso, empresas que até recentemente não direcionavam seus negócios para esse setor, agora estão partindo para a criação de ações voltadas à tecnologia financeira.
Tanto para conquistar um público novo, quanto fidelizar antigos clientes, a principal ideia do modelo é simplificar e facilitar a vida de um público, muitas vezes esquecido pelos bancos tradicionais. Isso é o que está sendo chamado de fintechzação.
Empreendedores começaram a perceber que já não era mais preciso desviar seus próprios clientes para fora de suas plataformas de vendas, no momento em que o consumidor fosse pagar uma conta ou em alguma negociação de crédito, por exemplo.
Agora é possível realizar diversos serviços na mesma plataforma, usando a estrutura Banking as a Service (BaaS), oferecida por empresas contratadas para ajudar na integração das operações e serviços financeiros com plataformas de outros segmentos de negócios.
Um bom exemplo da fintechzação no varejo é a Magazine Luiza (Magalu). Ela realizava suas vendas apenas por meio das lojas físicas e começou a investir no mercado digital, criando seu marketplace para vender pelo e-commerce.
Assim, atraiu seus próprios consumidores com produtos, além da possibilidade de vendas on-line para um público maior e com as novas formas de receber os pagamentos de clientes. A Magalu entrou em um ambiente até então exclusivo dos bancos.
O setor varejista se reinventou e não é por acaso. Com os recursos tecnológicos mais presentes no cotidiano, a diversificação dos modelos de negócios, mudanças vistas anteriormente como necessárias, são agora tendências de modelos de negócios.
Considerando que, mesmo durante a crise econômica provocada pelo Covid-19, o mercado global das fintechs recebeu US$ 114,9 bilhões em investimentos, de acordo com o Fintech Report 2022, fica claro que essa é uma área em expansão.
O levantamento da Distrito Dataminer demonstrou que apenas o Brasil já contava, em 2021, com 142 instituições com soluções para crédito. Essas empresas foram divididas em cinco subcategorias de atuação:
- Oferta Direta: oferecem crédito sem a necessidade de conexão com outros provedores
- Marketplace: soluções que reúnem diversas ofertas de crédito de outros players em uma mesma plataforma;
- Antecipação: empresas que atuam na antecipação de recebíveis;
- Peer-to-Peer – P2P: soluções que atuam com negociações financeiras entre pessoas;
- Consórcios: empresas exclusivas neste segmento.
Tecnologias como a do open banking, que permite o compartilhamento de informações entre as entidades, mediante autorização dos usuários e novas modalidades de pagamento como QR Code e Pix, por exemplo, tornam as análises de crédito e os pagamentos mais ágeis, favorecendo a ligação entre clientes e organizações, inclusive pequenos varejistas.
Vantagens da fintechzação para o varejo
Não são apenas grandes varejistas que iniciaram o processo de fintechzação dos seus negócios e muitas empresas brasileiras já aderiram ao movimento, criando soluções financeiras como cartões de crédito próprios e contas digitais para seus clientes.
As vantagens para as empresas que estão aderindo à fintechzação são inúmeras e vão desde a maior agilidade operacional, até mesmo ao fortalecimento da marca.
Disponibilizar produtos e serviços bancários aos clientes oferecem outras vantagens, como:
- Aumento de pontos de contato e de relacionamento com o cliente
- Melhora na percepção de valor da empresa;
- Maiores chances de fidelização;
- Fortalecimento da competitividade;
- Aumento de receita;
- Aumento de satisfação do cliente;
Quais são os impactos da fintechzação para o varejo no futuro
A ampliação de soluções financeiras customizadas de acordo com o perfil dos clientes já está transformando comportamentos. A fintechzação promoveu uma queda na utilização do dinheiro físico, já que pagamentos podem ser feitos por meio de suas contas digitais e aplicativos, por exemplo. Além disso, o público tem agora uma carta maior de soluções para escolher, de acordo com suas necessidades.
A falta de produtos e serviços, com foco no sistema financeiro, abriu portas para que empresas conceitualmente não financeiras ampliem seu modelo de negócios com ofertas de produtos e serviços que proporcionam uma nova frente de faturamento.
Um setor que até há pouco tempo concentrava sua atuação exclusivamente por bancos tradicionais começou a dividir espaço com varejistas.
Pois eles viram na fintechzação formas de atender nichos específicos que até então estavam fora do radar de grandes instituições financeiras.
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