Você é profissional no que você faz? Já se questionou alguma vez sobre esse conceito?
Neste artigo vamos abordar esse conceito mais de perto e verificar o que é e como deve ser a conduta de um profissional segundo o livro: The Clean Coder: A Code of Conduct for Professional Programmers.
Muitas pessoas caem na armadilha da dedicação excessiva e do empenho ilimitado pensando que esse é o caminho para se destacar profissionalmente, mas, com certeza a falta de equilíbrio e a desordem nestes processos levam o profissional ao buraco, e aí restam duas opções:
- Continuar cavando esse buraco e se afundando cada vez mais.
- Detecta que esse caminho é incorreto e para de cavar imediatamente.
Porque este livro?
A leitura deste livro, assim como alguns outros, foi orientada pelo comitê técnico da DB1. Esse comitê é responsável por disseminar conhecimento fazendo com que a DB1 seja referência por sua qualidade técnica.
As diretrizes do comitê técnico foram elaboradas considerando alguns materiais específicos e um deles é o livro The Clean Coder.
“Eu confesso que recebi essa orientação com um propósito específico: criar o hábito de leitura diária. Eu sempre gostei de ler, mas nunca tive uma frequência e controle sobre o que eu lia, receber essa orientação me fez identificar que esse era um momento oportuno para a criação deste hábito e assim consumir cada vez mais conteúdos relacionados a minha área de trabalho.”
Introdução
O Clean Coder é um livro voltado para todos aqueles que querem melhorar enquanto profissional. Esse material é rico em exemplos que demonstram determinadas situações de falta de profissionalismo e possíveis caminhos que podem ser tomados para não cair nesta armadilha.
A estruturação do livro por si só esquematiza um caminho linear para a reflexão da conduta de um profissional através de conceitos trabalhados individualmente em cada capítulo.
Esses conceitos abordam aprendizados sobre: como dizer sim, como dizer não, gerenciamento de tempo, as estimativas, a pressão, colaboração, equipe, ensino, aprendizagem e habilidades.
E alguns conceitos mais específicos como: codificação, TDD, prática, testes de aceitação e estratégias de testes que são mais indicados para desenvolvedores.
Mas afinal, o que é ser um bom profissional?
Para começar a entender essa questão vamos ler a definição de profissional encontrada no priberam.org:
pro.fis.si.o.nal
(profissão, na forma profession – + -al)
Que ou quem se revela profissionalismo. -diferente de- ANTIPROFISSIONAL
Na definição do dicionário podemos ver que o profissional é aquele que revela profissionalismo. Ué, não ajudou muito né? Calma, olha agora o significado de profissionalismo encontrado no significados.com.br:
“O profissionalismo é a chave para a construção de uma carreira de sucesso no trabalho. ”
Agora que já temos as definições vamos analisar algumas situações propostas pelo livro e verificar como essas definições se aplicam.
Situações de conduta profissional
Exemplo 01:
- Praticar algum novo conhecimento que vai agregar em sua performance de trabalho durante o expediente?
Aparentemente não tem nada de errado nisso, não é mesmo? Mas o X da questão é justamente esse. Estamos falando de fazer algo sem o consentimento do seu gestor/equipe.
Devemos levar em consideração que durante o horário de trabalho o colaborador deve exercer sua atividade de maneira eficiente.
Quando falamos em “praticar”, falamos em repetir algum procedimento várias vezes para que ele se torne eficiente.
Em relação a ética de trabalho, o Uncle Bob destaca que se você tem uma carga horária de 40 horas semanais, você deve planejar trabalhar 60 horas semanais.
As primeiras 40 horas devem ser exclusivamente dedicadas ao seu empregador, e as outras 20 horas devem ser utilizadas para praticar, ler, escrever e potencializar o seu conhecimento.
Por mais que 20 horas a mais pareça muito, 1 hora de podcast, 1 hora de prática de código e 1 hora de leitura por dia é mais que suficiente. Criar bons hábitos é o segredo para bater essa meta e se encontrar numa crescente dentro da sua carreira.
Exemplo 02:
- Se encontrar sempre disponível para fazer horas extras, custe o que custar?
O Uncle Bob aponta que em algumas ocasiões as horas extras serão fundamentais para o cumprimento do prazo e a entrega de um produto. O problema nesta questão é fazer com que o extra das “horas extras” perca o seu significado.
Aceitar horas extras significa lidar com situações específicas, ao fazer disto um hábito, surge um indicador de algo errado.
Pode ser algo errado com você, talvez você não está usando sua capacidade máxima para performar no trabalho ao ponto de estar sempre com uma reserva de energia.
Ou dentre outras dezenas de motivos, pode ser que o planejamento dentro do projeto esteja desalinhado com a capacidade da equipe.
Exemplo 03
- Responder o seu chefe ou alguém da sua equipe dizendo: “Eu acho que consigo” ou “espero que na sexta-feira esteja pronto”?
Os termos na questão soam como comprometimento? Seguramente percebemos que ao utilizar os termos “acho” e “espero” estamos utilizando de uma linguagem que não transmite segurança.
- Achar é não ter certeza;
- Esperar da impressão que alguém vai chegar e resolver aquilo para você;
Alguns termos mais indicados para substitui-las são:
- Provavelmente eu consigo entregar na segunda-feira, mas não é definitivo.
- Levará algumas horas a mais, mas na sexta-feira à tarde estará pronto.
Utilizar uma linguagem adequada para o momento é algo que transmite credibilidade para quem questiona e aguarda uma resposta sensata. O profissional é alguém comprometido e que exala confiança e está sempre prestando bastante atenção nos termos que utiliza em determinadas situações.
Conclusão
Se paramos para refletir sobre o que foi lido aqui, vamos perceber que ser profissional é está sempre alerta. Evitar fazer as coisas no modo automático e busca expressar exatamente o que pensa de maneira confiável.
O profissional é capaz de detectar situações desagradáveis e evita-las. Essencialmente ele se apresenta a sociedade como portador de um conhecimento comprovado com habilidades específicas capaz de realizar uma tarefa de forma segura.
O profissional possui habilidades apropriadas para o bom exercício da sua atividade e demonstra ser responsável, ético, e digno de confiança.
Existem muitos profissionais em todas as carreiras no mercado de trabalho, alguns deles esquecem da parte moral e lembram somente da parte técnica, e vice-versa, ser profissional não é fácil, é trabalhoso, mas é algo que indubitavelmente te deixará orgulhoso!