Entenda como a metodologia MVP se aplica no mercado financeiro

Rogério Marques

29 novembro 2016 - 20:03 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:33

Homem e mulher olhando para mural com post-its coloridos

A metodologia MVP (Minimum Viable Product) é uma técnica que permite lançar produtos com economia, facilitando a coleta de informações sobre a aceitação deles pelo público. Ela é bastante utilizada no mercado de tecnologia, sendo aplicada por empresas referências e gigantes, como Apple e Dropbox, e também em empreendimentos digitais, como Groupon.

Todavia, empresas menores e médias de diferentes setores são as que mais podem se beneficiar dos seus preceitos. Especialmente quando possuem planos de lançar algum produto novo ou inovador no mercado, pois ela ajuda a diminuir riscos e a avaliar a sustentabilidade do empreendimento.

Tais pontos são fundamentais no mercado financeiro, por exemplo, onde o ambiente altamente competitivo e especializado não dá muita margem para erros ou estratégias falhas em relação a novos produtos.

O que é MVP?

MVP significa Minimum Viable Product – em português, Mínimo Produto Viável. Seu conceito propõe que todo produto a ser lançado deve ser testado junto ao seu público consumidor desde o início, porém apenas com suas funções básicas. Dessa forma, é possível avaliar a recepção e interação dos clientes junto à ideia principal do produto.

Ou seja, ao invés de investir meses desenvolvendo funcionalidades e incrementado itens adicionais, sua premissa indica colocar o produto no mercado o quanto antes com suas funções principais e depois verificar se ele é bem-aceito.

Isso envolve testes primários, experimentações práticas e diferentes formas de colocar o produto para ser consumido por uma parcela da clientela, muitas vezes reduzida. Um protótipo pode fazer parte dessa estratégia, desde que ele entregue funcionalidades que juntas solucionem o problema para o qual o produto foi idealizado.

Exemplos de sucesso da aplicação do MVP

Um exemplo de uma boa estratégia de MVP foi o lançamento do iPhone em 2007, onde, embora fosse inovador, ele saiu sem muitas funcionalidades, as quais só viriam a ser liberadas e adicionadas tempos depois. Por exemplo, ele não tinha a função copiar e colar, tampouco permitia a busca por nome na lista de contatos. Mesmo assim, teve um bom resultado com o público-alvo.

O próprio site do Groupon no início era bem simples, feito no WordPress e lembrando um blog informal. Depois que a ideia deu certo, ele foi incrementado.

Outro caso de sucesso foi o Dropbox, gigante tecnológico da computação em nuvem, que lançou uma landing page com um vídeo explicativo para avaliar se o seu serviço de armazenamento de arquivos teria algum tipo de demanda. Depois de 75 mil cadastros na landing page num só dia, eles obtiveram a resposta e puderam partir para o desenvolvimento do sistema.

Aliás, até hoje a interface online da plataforma de armazenamento de dados que os usuários utilizam para gerenciar seus arquivos também reflete essa cultura de simplificação, já que conta com um visual básico e fácil de mexer, sem muitas funcionalidades adicionais.

Como o MVP pode ser aplicado no mercado financeiro?

A aplicabilidade dessa metodologia no mercado financeiro é ampla, podendo ser usada no lançamento de produtos financeiros físicos e digitais. Por exemplo, ao lançar cartões virtuais, é possível entregar somente a função de crédito e, na medida em que ele vai sendo aceito pelos clientes, passar a integrar mais opções, como débito, programa de pontos, etc.

Outro ponto em que a metodologia MVP pode ser vital é na hora de lançar um aplicativo do negócio, independentemente de qual segmento seja. Bancos, seguradoras, Fintechs, operadoras de cartões de crédito, quase todas hoje já possuem presença virtual ou estão caminhando para se inserirem de forma ampla no meio online. E, para isso, ter um aplicativo é requisito.

Porém, muitas lançam apps que não correspondem às expectativas dos seus clientes, de forma que acabam investindo dinheiro que não se converte em resultados e valor agregado. Por isso, utilizar um app simples e com apenas as opções básicas pode ajudar a entender quais funções os clientes mais utilizam, bem como as que devem ser removidas.

Fintechs são algumas das empresas que mais podem se beneficiar de uma boa aplicação da metodologia MVP, pois trabalham diretamente com produtos inovadores, revolucionários e com grande impacto no sistema bancário tradicional. Os quais podem causar certa resistência por conta de serem novidades e por muitos se basearem em ambientes onlines, onde ainda há certa desconfiança quando o assunto envolve ativos monetários.

Quais os benefícios do MVP?

Aplicar uma estratégia de MVP permite inúmeros benefícios ao se lançar um produto, tais como:

  • Avaliar a recepção da ideia principal do negócio junto ao público;
  • Confirmar se existe demanda para ele;
  • Diminuir riscos e perdas, caso ele não seja bem-aceito. Isso porque o empreendedor poderá cancelar o projeto antes de ter gastos com funcionalidades adicionais;
  • Readequar funções e itens para que realmente correspondam às necessidades e anseios do público-alvo;
  • Remover funcionalidades que não sejam bem-aceitas pelo público ou que não sejam muito utilizadas;
  • Coletar feedbacks sobre o produto.

Cuidados ao aplicar o MVP

Lembre-se de que lançar um produto baseado nessa metodologia não significa entregar um produto deficiente ou cheio de falhas. É preciso que ele atenda à necessidade principal para o qual foi criado. Se é um seguro, um novo tipo de empréstimo, um aplicativo financeiro informativo, ele deve ter uma função principal bem delimitada e corretamente atendida.

Antes de lançar o produto, é interessante pesquisar potenciais interessados, usando ferramentas de soluções físicas ou virtuais (como no caso do Dropbox que citamos acima, onde ele usou uma landing page com área para cadastro de e-mail). Também é bom delimitar um grupo inicial para testar o produto, de modo que a ideia não se espalhe demais antes do produto final estar pronto e alguém a copie.

É importante que o empreendedor que deseja colocar um produto no mercado busque estudar diferentes formas de aplicar a metodologia MVP em sua estratégia inicial de lançamento, de modo que consiga ter em mãos mais um importante instrumento para o êxito do seu negócio. O mesmo vale para quem pretende iniciar uma empresa, como uma startup ou até mesmo uma Fintech.

No mercado financeiro, a desconfiança pode afastar muitos clientes de produtos com inúmeras funcionalidades e características diferenciadas. Portanto, lançar versões simples, enxutas e de fácil entendimento não só facilita a recepção deles pelo público, como também ajuda a cortar custos com treinamento e mão de obra especializada para consertar problemas complexos.

Agora que você já sabe como o MVP pode ser um importante instrumento para os negócios no segmento financeiro, assine nossa newsletter para receber mais assuntos sobre tendências, técnicas e tecnologias para o setor!

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