Open Banking: um panorama do mercado financeiro

Bruno Zago

05 fevereiro 2019 - 12:18 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:38

Homem em escritório interagindo com computador exibindo dados na tela

A transformação digital no mercado financeiro está atingindo novos patamares. É cada vez mais comum que pessoas utilizem seus smartphones para realizar transferências, pagamentos e, até mesmo, fazer investimentos. Segundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2018, houve um aumento de 70% das transações financeiras através de mobile banking no Brasil.

Esse número mostra que as instituições financeiras brasileiras estão se movimentando e investindo na modernização de seus processos. Isso se reflete na adaptação do público às novas tecnologias. No entanto, ainda há muito o que avançar na transformação digital do setor. Segundo a pesquisa sobre transformação digital realizada pela Cedro Insights, mesmo que 3 a cada 4 instituições financeiras já tenham começado esse processo, 75% ainda estão num estágio inicial de maturidade da transformação digital.

A cultura organizacional é um dos principais desafios para o processo de transformação digital nas instituições financeiras, principalmente aquelas que tem um perfil mais tradicional. Isso pode ser ainda mais desafiador diante de um cenário de Open Banking.

O que é Open Banking?

A edição 78 da Revista Ciab apontou que Open Banking é uma das tecnologias que vão decolar em 2019. Esse conceito parte do princípio de que os dados financeiros são dos clientes e não dos bancos. Isso pressupõe que o acesso a essas informações deve ser facilitado, para permissão e controle do usuário. A criação de novos modelos de negócios digitais torna-se possível diante dessa realidade.

Utilizando APIs (interfaces de programação de aplicativos ou, do original, applications programming interface) disponibilizadas por uma financeira, empresas e aplicativos terceiros podem oferecer serviços específicos integrados à instituição.

A ideia é que o processo de colaboração dos bancos com o ecossistema de inovação e com as fintechs ganhe mais força. Com o desenvolvimento de um ambiente com alta troca de dados, serviços mais inovadores e ecossistemas com maior integração podem ser desenvolvidos. É possível que empresas ofereçam produtos financeiros em um ambiente diferente ou que bancos trabalhem em cooperação para lançamento de produtos e serviços específicos.

Com a autorização do usuário, um app poderá acessar dados recentes sobre movimentações financeiras, por exemplo, para realização de investimentos e outras operações bancárias.

Então, em resumo, Open Banking permite que a instituição financeira esteja aberta para que outros softwares, APIs, computadores, se conectem diretamente, oferecendo ao cliente mais agilidade e reduzindo o custo operacional.

A segurança é um dos principais receios na adoção do Open Banking. No entanto, com uma boa estrutura e métodos de desenvolvimento cada vez mais seguros no desenvolvimento de aplicativos e softwares, é possível criar integrações que aproveitam das informações de APIs financeiras sem, no entanto, expor o cliente.

Um dos maiores receios de quem pretende adotar o Open Banking, por desconhecimento, são os problemas de segurança que ele pode causar. Mas com uma boa estrutura e métodos de desenvolvimento de aplicações mais seguras, é possível criar apps que podem tirar o máximo de APIs financeiras sem expor o usuário.

Desenvolvedores devem estar atentos à forma com informações são coletadas, transferidas e armazenadas. É fundamental garantir que os processos ocorram em canais seguros, que sejam mais estáveis e que trate rapidamente as vulnerabilidades de segurança.

Diretrizes de Open Banking

A principal mudança para a massificação do modelo de Open Banking no mercado financeiro foi a regulamentação na Europa da PSD2 (second Payments Services Directive) no início de 2018. Com a sua entrada em vigor, a abertura de dados bancários deve ser feita de forma padronizada e segura para que as fintechs consigam acesso e viabilizem o desenvolvimento de suas soluções.

Considerando que o cliente e a sua experiência devem ser o foco de atenção das instituições financeiras, as startups financeiras conseguem um espaço fundamental para desenvolver soluções, através do acesso a APIs que estejam alinhadas à essa nova realidade do mercado.

No Brasil, o Banco Central já está definindo o modelo geral de funcionamento de Open Banking no país e deve divulgar as novas diretrizes ainda em 2019.

Por que as instituições financeiras devem abrir suas interfaces?

Com Open Banking, a possibilidade de acesso às informações com segurança causa um grande impacto no cotidiano de trabalho de colaboradores de instituições financeiras e de fintechs, assim como de clientes finais.

No final das contas, o motivo para aplicar Open Banking é simples: conveniência. Bancos que adotam esse modelo conseguem conquistar clientes mais engajados e que costumam utilizar os serviços bancários com muito mais frequência.

Oferecer uma melhor experiência do usuário é um caminho que não tem mais volta. Os millennials irão se tornar a maior parte da população adulta a partir de 2020 e as mudanças da tecnologia estão cada vez mais em sintonia com essa geração.

Também conhecida como geração Y, essas pessoas já são maiores de idade e começaram o acesso à internet já na infância e adolescência, tornando-se adultos em uma época de grandes avanços tecnológicos e expansão econômica.

Millennials querem fluidez, autonomia e tecnologia nas suas relações com serviços financeiros. Querem encontrar uma plataforma que ofereça uma experiência diferenciada e muito mais próxima, como Spotify, Netflix e Instagram. Essa é a estratégia adotada pelas fintechs como Nubank, por exemplo.

As possibilidades são diversas para as fintechs: o foco não precisa ser necessariamente o desenvolvimento de soluções para o mercado de meio de pagamentos, mas também é possível desenvolver soluções conectadas a muitos serviços financeiros como investimentos, seguros, créditos e tantos outros.

Para as fintechs, o foco direcionado a um serviço específico é uma vantagem, pois gera uma experiência menos burocrática e com maior engajamento do usuário. Além disso, pode estender suas soluções também para o público desbancarizado.

Comece a aplicar o modelo Open Banking ao seu negócio

Quer conhecer melhor as possibilidades de Open Banking aplicado à sua instituição financeira? A Cedro Technologies é o parceiro ideal para esse processo e já possui uma série de APIs de fácil integração disponíveis para implementação no seu negócio.

Entre em contato conosco. Nossos consultores podem sanar as suas dúvidas sobre o modelo de Open Banking.

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