As demandas da Geração Z para os novos serviços financeiros

Bruno Zago

28 agosto 2019 - 17:05 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:44

Pessoas encostadas em parede utilizando seus celulares

Muitas instituições financeiras estão acostumadas a trabalhar muito com foco na geração Y. Mas é preciso que os serviços bancários comecem a pensar e a evoluir para atender a geração Z, próxima geração de clientes. E para isso, apostar na transformação digital é fundamental.

A Geração Z é a aquela que vem depois dos millennials. Nascidos entre 2000 e 2015, esses jovens adultos já têm um poder de compra estimado em US $ 44 bilhões. E apesar de serem jovens, os membros da Geração Z (Gen Zers) já exercem uma influência sem precedentes sobre as decisões de compra da família. Logo, eles têm um enorme poder econômico.

É preciso levar em conta ainda que os primeiros Gen Zers já começam a fazer parte do mercado, sendo os próximos contribuintes no setor bancário. Por isso, as instituições precisam ficar atentas para as necessidades desse grupo.

Mas como pensa a Geração Z? Como ela se comporta diante do dinheiro? Como moldar os serviços financeiros para suprir as demandas desses novos clientes? E por que adotar estratégias de transformação digital deve ser o core business dos bancos para encantar a geração? Descubra a seguir!

Como é o estilo de vida da Geração Z e a relação com as finanças?

Se os millennials começavam a vida adulta entrando em financiamentos estudantis, com rendas mais baixas do que o grupo anterior e sem acúmulo de bens, a Geração Z reflete um caminho diferente.

Inseridos no contexto das preocupações com dívidas da geração anterior e tendo presenciado as últimas fases de recessão, eles estão mais cautelosos com empréstimos financeiros. Então, entre outras mudanças, é uma geração que já não enxerga mais as universidades como fundamentais para a vida profissional, deixando de investir nos financiamentos.

Esse contexto é compreensível pelo nível de digitalização que a sociedade se encontra atualmente.  As novas carreiras surgem no mercado pelo âmbito da prática, desobrigando cursos intensos com diploma, mas bastando o conhecimento adquirido na democratização da informação.

Os Gen Zers nasceram pós o boom da internet e nem chegaram a conhecer um mundo sem smartphones. Por isso, é natural que eles se apoiem tanto na tecnologia para solucionar problemas e gerenciar a vida.

Uma pesquisa da consultoria Cassandra aponta que apenas 34% dos millenials e Gen Zers dos Estados Unidos confiam nos bancos. Eles se baseiam muito mais em pesquisas antes de tomar qualquer decisão financeira, avaliando as opções disponíveis.

Com isso, os clientes da Geração Z devem buscar serviços financeiros disruptivos e inovadores para administrar o dinheiro. Serviços que precisam ser intuitivos, fáceis de usar digitalmente e omnichannel, presentes em vários canais.

Essa geração é um grupo bastante preocupado com as questões financeiras e muito ligado às experiências e experimentações.  Em comparação aos millenials, eles estão mais focados em poupar do que gastar.

São clientes que estão preparados para mudar de banco sempre que se sentirem insatisfeitos com os serviços, perdendo o conceito tradicional de fidelidade. Eles buscam as menores taxas do mercado, dando prioridade para os serviços financeiros que dispensam os tributos. E quem sofre o impacto disso são as instituições financeiras.

Como os bancos devem se adaptar à nova geração?

Os novos padrões buscados pela Geração Z passaram a mudar o comportamento do setor bancário, exigindo uma transformação digital para manter a competitividade. Diante das necessidades e exigências desses futuros clientes, os bancos precisam contornar dificuldades para se ajustarem aos novos tempos.

As instituições começam a buscar soluções que tragam transparência nos serviços financeiros e se adaptem ao mundo digital. A ideia é trazer serviços inovadores, sendo a integração dos sistemas com redes sociais e o atendimento rápido algumas das prioridades.

No Brasil, os grandes bancos já espelham seus modelos às novas práticas do mercado. Para melhorar os serviços, há aqueles que já contam, por exemplo, com inteligência artificial para se comunicar instantaneamente com os clientes.

O caso mais célebre é o Bradesco, que desenvolveu um assistente virtual chamado BIA. Trata-se de um chatbot que resolve as situações mais comuns sem que o cliente tenha que esperar em uma fila de atendimento imprevisível.

Outra inovação da rede inclusive foi apostar em uma parceria de transformação digital com a R/GA para criar a marca Next, um banco 100% digital. O modelo foi pensado ainda para a geração anterior, os millennials, mas é um formato que deve atrair os Gen Zers da mesma forma na hora de abrir contas. Obviamente, as diferenças entre as duas gerações devem ser levadas em conta nas estratégias.

Os planos de ação devem levar em conta essa tendência de proporcionar melhores experiências digitais. É um cenário que começa a atrair os bancos como uma forma de engajar e se aproximar mais dos novos hábitos do consumidor. Afinal, esse deve ser o foco da competitividade nos próximos anos.

Quais são as tendências para o setor financeiro?

A tecnologia para os serviços financeiros abriu caminho para várias oportunidades de negócio, como as Fintechs. Elas são empresas modernas no setor que ampliaram as formas de relacionamento e trouxeram inovações, como a possibilidade de realizar pagamentos on-line ou até solicitar empréstimos pela internet. Essa concorrência mudou o cenário financeiro, fazendo os bancos buscarem uma ampla estratégia de transformação digital.

Outra tendência que os bancos precisam observar é o crescimento das corretoras de investimentos, que se mostram fortes concorrentes nessa atividade. Com a democratização da informação, torna-se mais difícil competir com opções mais promissoras, como a criptomoeda, já que elas trazem mais segurança para o investidor.

Como manter a competitividade nesse mercado ainda é uma grande questão que os bancos devem enfrentar, mas esse contexto serve para mostrar a importância de adotar tecnologias que tragam segurança aos serviços financeiros. O open banking, por exemplo, é uma tendência que começa a emergir com muito potencial de mercado.

A Era Digital acaba sendo a alavanca que moldou o comportamento e as necessidades da Geração Z. Hoje, tudo precisa trazer agilidade e facilidade e, por isso, o cenário ideal para os bancos é que eles continuem engajados na busca por transformação digital.

Acompanhar as tendências e desenvolver cada vez mais formas de atrair os clientes a partir de serviços financeiros inteligentes é essencial para seguir na competitividade de mercado. Continue no blog e veja mais tendências de mercado para o setor financeiro!

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