A era do 5G chegou. Embora possa parecer muito cedo para investir pesado em um smartphone 5G, grandes operadoras de telefonia como a Verizon já instalaram redes 5G em diversas cidades americanas, incluindo Nova York, Detroit e Atlanta. A tecnologia oferece grandes oportunidades, em especial, para startups.
Pense desta forma: se, alguns anos atrás, você quisesse conectar 10 dispositivos à internet, precisava de um roteador. Organizações com milhares de terminais eram obrigadas a investir muito em tecnologia sofisticada para manter sua rede. O 5G elimina esse problema: não precisa de roteador, e as torres podem operar mais de um milhão de dispositivos por km2.
O lançamento da tecnologia 5G tem impacto similar ao da invenção do motor de combustão interna. Ela muda as regras do jogo, já que reduz a latência e aumenta a largura de banda, possibilitando novos modelos de negócio. Mais processamento é possível na nuvem, reduzindo exponencialmente os custos com software e hardware. E, ao liberar o nível inferior do espectro eletrônico, a 5G facilitará a construção de uma grande rede de dispositivos IoT conectados.
A oportunidade de exploração do mercado 5G pelas empresas de telecomunicações é óbvia, e elas já estão preparando suas equipes para as mudanças. Por exemplo, o FCC está trabalhando com a National Wireless Safety Alliance para treinar 20 mil trabalhadores para fazer a manutenção das torres.
Por outro lado, empresas que produzem roteadores e fornecem serviços de internet à cabo passarão por dificuldades, mas isso não significa que fecharão suas portas. A rápida transição para o 5G permitirá que novos players entrem em velhas indústrias e adotem modelos disruptivos de negócio.
Por exemplo, consumidores não aderiram ao Google Glass quando foi lançado em 2013. Eles não conseguiam entender sua função, e a companhia se equivocou na campanha de marketing. Mas, conexões com baixa latência e banda ampla possibilitadas pelo 5G tornarão os hardware de AR e VR mais viáveis conforme aumenta a velocidade do processamento em nuvem, abrindo espaço para inovações que no passado pareciam muito algo retirado dos Jetsons. Mojo Vision e Focals by North já estão demonstrando o novo potencial de uma forma de tecnologia outrora desprezada.
Além disso, a adoção de óculos, lentes de contato e outros dispositivos inteligentes levará a avanços em software. Novos dispositivos abrem novas oportunidades para que os desenvolvedores moldem a forma como os consumidores interagem com a tecnologia e o mundo que os rodeia. Apple, Google, Microsoft e Amazon provavelmente já trabalham secretamente em novos sistemas operacionais para smartphones, e será interessante ver que novos dispositivos e tecnologias revolucionarão o mercado num futuro próximo.
No entanto, o 5G não afetará tanto o mercado de consumo. Dispositivos inteligentes e tecnologia de sensores têm aplicações industriais, logo, é possível apostar que oleodutos, linhas de produção e estoques de fábricas a adotarão em suas operações diárias. Os custos decrescentes dos dispositivos conectados também facilitarão o uso da tecnologia para gerar inovação real nos modelos de negócio que mais necessitarem.
Startups precisam se preparar caso queiram colher os frutos da revolução 5G, e precisam começar já! Aqui estão três dicas sobre como começar.
1. Insira o 5G na cultura da empresa
Onze milhões de pessoas estarão usando smartphones 5G ao redor do mundo até o final de 2019, segundo dados da Statista, e esse número pode chegar a 627 milhões ao final de 2022. Esse é um aumento de 57 vezes em menos de três anos, e a velocidade frenética da mudança significa que os funcionários precisarão de muito apoio para se adaptar.
Esquemas de treinamento e estratégias claras de comunicação são vitais para o engajamento da equipe. Líderes de negócio não podem supor que todo mundo entenderá o significado do 5G para a empresa. Eles precisam tornar essa inovação parte da cultura da empresa, a fim de garantir a adoção de todos.
2. Todos devem estar na mesma página
Todos os aspectos do negócio serão afetados pelo 5G. Muitas partes móveis precisarão ser coordenadas, e velhos sistemas de gestão e formas de fazer as coisas poderão ter de ser abandonados a fim de tornar as empresas mais ágeis. A Audi já começou a adoção da estratégia “abandonar o velho, abraçar o novo” ao usar Wi-Fi para conectar os robôs na linha de produção, além de já estar testando o 5G, com a perspectiva de adotá-lo em suas operações na Alemanha nos próximos anos.
Companhias em outras indústrias podem aprender com esse exemplo: devem estabelecer processos que lhes permitirão ter sucesso com a tecnologia 5G, garantindo a adesão de todos os departamentos.
3. Abra novos canais de suporte ao funcionário
Segundo uma pesquisa da Korn Ferry, a demanda por mão de obra capacitada ao redor do mundo tende a superar a oferta em mais de 85 milhões de pessoas até 2030. Líderes empresariais precisam dar o suporte necessário a seus funcionários para garantir que não sofram as consequências dessa escassez.
Sempre haverá uma curva de aprendizado para o ajuste dos funcionários a novos processos e tecnologias. Apoio estruturado antes, durante e depois da mudança garantirá a motivação dos funcionários para o lançamento total da tecnologia 5G. A Amazon, por exemplo, está treinando 1/3 de seus funcionários a fim de ensiná-los automação, aprendizado de máquina e 5G, de olho no futuro.
Entenda que o treinamento é uma parte da mudança, mas os funcionários precisam se sentir colaboradores, e não alunos. Precisam ter a chance de dar feedback e ajudar a moldar o processo.
A adoção generalizada da tecnologia 5G transformará o mundo dos negócios nos próximos três a quatro anos, então, as empresas que querem colher os frutos precisam se preparar. O futuro, no caso do 5G, depende do presente.
Artigo traduzido e adaptado do original “3 Ways to Prepare Your Startup for a 5G World“, publicado por Zach Ferres no Enterpreneur.